Começou Sábado, às 17 horas. Havia conseguido dissipar a adrenalina que me impedia de continuar, mas, antes de partir, precisava de dinheiro e combustível. A quantia certa, o tanque cheio, depois, apenas o largo e profundo horizonte. Assim, fui buscar a origem de meus anseios. Milhões de pensamentos invadiam minha cabeça preocupada mas, foram afogados com gasolina e triturados pela valentia de minhas rodas. O som alto, as músicas certas, o desafio e, finalmente, o horizonte.
Ele abriu-se como um sorriso brilhante e charmoso, prometendo sonhos. Segui a estrada, li as placas, meu destino já se anunciava. Chamava-me com pulmões fortes para que não desviasse, sua uma voz quente e reconfortante, instigava minha coragem para seguir em frente.
A música embalava meus sonhos de andarilho. Elas diziam para eu ser “racional”, para continuar naquele “caminho do bem”. Sem pensar muito, seguia as faixas brancas da estrada.
A chuva aproximava-se, o brilho do Sol começava a cessar. Algumas gotas, o vento um pouco mais gelado, a janela que se fechava parou pela metade ao perceber que meu caminho não era aquele. O Sol havia quebrado a barreira das nuvens e formado mais um de seus espetáculos. O caminho das chuvas não era o meu. As curvas levaram-me aos fachos de luz desenhados no céu. Diminuí a velocidade para tentar ver com mais clareza o que Pachamama queria me mostrar mas, a beleza ofuscou meus pensamentos. Azul, preto, amarelo, laranja, vermelho, anil e o dourado. Todas as cores estavam presentes enchendo meus olhos de encanto.
Um carro passa velozmente. Desperto de meu transe e percebo que é hora de voltar os olhos para a estrada. O velocímetro gira rapidamente para a velocidade de cruzeiro. “O que vou fazer quando chegar lá?”. O vento areja minhas idéias e leva meus ferimentos pra longe. Sentia que estava em casa naquela rodovia. Sem preocupações, sem ancoras, sem batalhas, só o vento e a música. A música, minha companheira inseparável durante os dias de viagem. As trilhas de minha vida.
Adiante, uma depressão e uma subida. Ao aproximar-me do topo, vou descobrindo um brilho forte. Era ele de novo. O Sol. Pintava as cidades próximas e a estrada com raios dourados que corriam do alto, dançavam entre as nuvens e beijavam a terra. Cidades e arvores de ouro cegavam meus olhos embasbacados. Um caminho dourado que prometia a glória final de minha jornada abria-se cada vez mais. Sorrir foi inevitável. Não acreditar foi impossível. As lágrimas secaram. A esperança renasceu e me fiz forte de novo. Meus demônios acovardaram-se e minha coragem floresceu novamente.
Já sentia os efeitos de meu ato. Restava, agora, chegar.
Continua...
| "El Mariachi", Era uma vez no México |
segunda-feira, fevereiro 27, 2006
Caminhos de um Eremita - Parte II
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8 comentários:
Bixinha se cuida e olha bem o q vc vai fazer da sua vida ... espero q vc escolha o caminho certo pra sua felicidade ....
GRAÇAS A DEUS VOCÊ CORRIGIU AQUELE "HEREMITA" COM H... ;-)
ops... preciso continuar fingindo que nao leio seu blog. merda.
abraço filho.
Quantas vezes na sua vida vc escreveu a palavra "eremita"?
Errar é humano, até mesmo pra mim....rssss
Hasta, man!
sabe que eu li agora prestando atencao e realmente percebi que nao entendi bulhufas...
me explica melhor. o que voce foi fazer e onde?
abraço!
Vamos com calma...rs...não pense tanto com a razão...seja mais subjetivo...e tenho que escrever o resto, tb....
hasta
Estou esperando o resto da história, para ver como termina esta aventura de um verdadeiro "heremita", com "H" maiúsculo... hahahahaha
Bjs
Agora td mundo virou piadista...rssss
eu sei q já faz mto tempo, mas eu estava lendo agora e a "viaJem" tb me incomodou um pouco!! rsrsrs
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