Sábado de Sol?

Dia de gordo. É assim que eu posso definir esse sábado (chuvoso? Frio? Ensolarado?) que eu nem vi passar. O telefone acordou-me mas, nem movi um dedo para calar sua irritante campainha. Finalmente a pessoa resolve desistir do telefone...do fixo...Agora era a vez do celular. Quem era? Minha mãe. Coitada, não tenho idéia do que ela falou. Pensei em dormir mas cheguei a conclusão de que 15:30 era uma hora boa para acordar.

Levantei, comi, sentei no sofá e lá criei raízes. O marasmo da tarde-manhã fez-me lembrar da minha Pequena. Ela está em Taubaté, cidade natal dela, resolvendo problemas do TCC (Trabalho de Conclusão de Curso) dela. Sabe como é, quando estamos ociosos pensamos nos assuntos que mais nos aflingem e, nesse caso, a distância entre nós é o pior. Eu tinha prometido deixá-la trabalhar em paz, mas não foi possível, precisava ouvir sua voz, mesmo que por um instante.

Aliviada a minha angústia, resolvi ligar para alguns amigos que não conversava a tempos. Liguei para um que havia estudado anos atrás. Um bom amigo. Sua história é curiosa e triste. Antes ele era um garoto de classe média-alta que morava no bairro de Pinheiros sem nenhuma preocupação com dinheiro, futuro, presente ou aparências. Sempre teve informações interessantes sobre muita coisa, principalmente sobre quadrinhos, gosto do qual compartilhamos mas, ele com muito mais fervor. Sua mãe, uma mulher de personalidade bem forte e marcante, cabelos tingidos e um ar autoritário em sua voz. Sua avó era uma maestra de muito talento, assim como suas duas filhas. O padrasto, um advogado de sucesso que roubava as atenções quando estava presente. Um homem grisalho que tinha muitas histórias e assuntos interessantes para contar. Uma família realmente poderosa em termos de união e obstinação.

A conversa que tivemos não era sobre a mesma família. Um pai (biológico) com uma doença séria, um padrasto que de repente resolve largar tudo e sumir, uma mãe com o salário que não lhe é justo, um rapaz que não encontra emprego e nem ombros para apoiar-se. Que coisa triste aconteceu com meu amigo. Espero que melhore.

Depois disso, assisti "Os Incríveis" para relaxar um pouco. Eu realmente precisava de um descanso.

Jantei meu Cup Noodles e voltei a assistir a mórbida televisão. Com certeza um veículo de mau gosto. Uma programação medíocre e sem sentido. A novela "América" deveria chamar-se "México" e a Sol tem que morrer no final, junto com os mexicanos que não falam espanhol, os americanos que não falam inglês e o único americano de verdade da novela que, em meio a uma fala estúpida e outra, solta um "sorry" ou "Oh God!". Logo depois, para desespero daqueles que tem mais de 5 neurônios, o "Zorra Total". Senhor do céu... que programa coco... teve uma piada que até agora eu não entendi de tão ruim, daquele quadro "enquanto isso, no Paraíso". Tratava-se da Eva (semi-nua, claro, a única atração do programa) falando com uma serpente fumante de gravata borboleta sobre o Adão. Influenciada pela serpente, Eva manda uma mensagem para o Adão "via pomba". De repente aparece o pelado Adão com três pombas e diz "Pôxa, Eva! Você não pára de me ligar?". Boa essa, hein? Alguém entendeu? Achou graça?

Depois dessa animação toda acabei apagando no sofá sonhando na hora em que reencontraria a minha paixão.