Sim, chega ao fim minha odisséia em busca do cargo desconhecido! Todas as minhas angústias, medos e delírios foram saciados por volta das 15 horas. Achei que não fosse saber nunca! Entrava um, entrava outro e nada de me chamarem. Ufa, que agonia! Vou contar como foi ao bom som de "I Feel Fine".
As reuniões começaram por volta das 10h. A Chefona passa por mim, sorri e vai direto a uma sala em um canto escondido do andar onde, as vezes, fazem reuniões. Tenho péssimas recordações daquele quarto branco e vazio. A última vez que alguém entrou lá saiu demitido logo depois de voltar de férias. Fiquei pensando se seria a vez de mais um, talvez a minha, quem sabe? Sempre achei que não gostavam muito de mim na "Cúpula dos 5" e que um dia seria "espirrado” definitivamente.
Depois de olhar atentamente para ela e a sala pensando as coisas mais tenebrosas, reparei que alguém a acompanhava. Sim, a primeira vítima ou o primeiro Analista Bozo Júnior.
Apreensivo, acompanhei de "rabo de olho" a reunião das duas. Quando saíram procurei por lágrimas ou alguma expressão de raiva na cara de alguma delas mas, como sou burro que nem uma porta, esqueci de colocar o óculos e não consegui enxergar nada. Foi assim o dia todo, entra um, sai, chama outro. Parecia até orgia.
Consegui manter-me calmo e tranqüilo como se nada estivesse acontecendo, dominando minha curiosidade. Precisava muito saber como a empresa me analisava. Um designer que trabalha como estagiário de jornalismo é o que? Analista Frankenstein Júnior? Eles realmente me achavam péssimo? Precisava de respostas depois de mais de um ano de silêncio.
Olham pra mim e dizem "Você é o próximo". Glump! Olho o relógio, 15:20. A Chefona olha pra mim, e sorri. Eu a olho e tento não demonstrar o nervosismo sorrindo de volta. Estava muito preocupado em ser classificado como Demitido Pleno. Dirijo-me à sala-matadouro. Nunca havia entrado lá. Uma saleta branca com um vidro escuro ao fundo e uma mesa ao meio. Parecia um consultório médico.
Ela começou a falar. Minhas pernas tremeram e qualquer palavra que saia de sua boca parecia terminar com "tido". Com o caminhar da conversa fui relaxando e pensando em como tentar demonstrar algum tipo de atitude.
O monstro de sete cabeças logo transformou-se em uma boa conversa sobre profissionalismo, evolução e estímulo embora muitas pessoas tenham achado pura balela. Nesses momentos procuro ouvir muito e entender os propósitos da empresa. O que ela disse deixou-me muito satisfeito, bem mais do que esperava. Fiquei bem surpreso.
Sobre o cargo? O esperado, Analista Júnior. Agora só falta saber o que analiso. Mas, essa é uma outra cruzada.
terça-feira, agosto 30, 2005
Em busca do cargo desconhecido - Parte II.
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2 comentários:
este blog é uma bosta!
Cada um acha o que quiser, fazer o que?
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